Stay The Night (21)

 

Well, admito que estive de birra. :)

Mas gostei de ver que as minhas leitoras ainda permanecem.

Ao menos isso *-*

 

love you gurrrllsss.

 

Espero que gostem! :)

 

 

 


 

 

 

Capitulo Vinte e Um - Travis

 

O mar batia contra a areia com força, espalhando aquele cheiro maresio por todo o lado. Não estava dia de praia – pelo contrário. Mas ele conhecia-a; sabia que ela gostaria de estar ali, a respirar aquele ar salgado, e a ouvir aquele som maravilhoso.

Abraçou-a quando a ouviu chorar novamente, encostando a cabeça dela no seu peito. Não era, de todo, este plano que ele tinha idealizado. Mas ele queria protegê-la, sem saber porquê. Havia qualquer coisa nos olhos dela vermelhos e inchados de tanto chorar que penetravam o seu coração, sentindo a dor que ele já conhecia quando se sentiu rejeitado pela sua própria mãe.

Deu-lhe um beijo na testa. – Queres fumar? – perguntou Travis a Kaya, enquanto lhe dava uma festa no rosto pálido. Ela abraçou-o e chorou novamente. Entre o choro, respondeu afirmativamente.

Ele começou a fazer a ganza. Aquilo doía-lhe tanto e ele nem sabia porquê. Se Vivian sonhasse que ele estava ali, com ela, dava-lhe um tiro a sério. Mas, por momentos, Travis preferia sentir essa dor, do que a dor que estava a sentir. Era como se sentisse a dor dela. Doloroso. Era a palavra certa.

- Obrigado Travis. – afirmou Kaya. – Mas porque é que estás a fazer isto?

- Não gosto de te ver assim. – disse ele, lambendo a mortalha. – Só isso, baby.

Ela sorriu, e com a mão afastou as lágrimas que lhe escorriam no rosto para que tivesse uma melhor visão. Olhou-o nos olhos e sorriu. Parecia uma criança. Travis odiava crianças. Mas aquela criança era demasiado... para que ele não gostasse a ver sorrir.

- Um sorriso! – exclamou Travis, contente. – Ficas muito mais bonita assim.

Kaya deitou-se na areia, olhando para as nuvens que tapavam o sol. A temperatura estava baixa, mas com uns casacos, era suportável estar na praia. Travis semi-deitou-se, empoleirando-se num dos seus braços e fumando.

- Nós fomos feitos um para o outro. – disse ele, de olhos fechados. Ela olhou-o.

- Porquê? – perguntou a rapariga.

- Não sei. – Travis deitou o fumo para o ar. – Mas acredita que se não estivesses a chorar por causa daquele filho da mãe, eu estava em cima de ti. - acabou por se esboçar um sorriso "traviano" nos seus lábios, como antigamente. Imaginar-se em cima de Kaya era algo que o deixava em extase.

Kaya arregalou os olhos. – Só pensas nisso?

Ele não respondeu. Fumou mais um pouco da sua broca e entregou-a a Kaya. Esta fumou e, minutos longos de silêncio, depois, afirmou, ainda olhando para o céu:

- Estou tão farta disto.

- Farta do quê, Kay? – Travis estava confuso.

- Este sitio. – disse ela. Ele não respondeu. – Estas pessoas. Raramente tenho uma semana perfeita. – afirmou ela. – Quer dizer, tive estes três meses, mas sempre que tenho mais que uma semana sem problemas, desconfio logo. E quando isso acontece, fico neste estado.

- Estou incluído nessa perfeição? – Travis perguntou, sem qualquer tipo de intenção.

- Não. – Ela gaguejou. – Tu só me confudiste mais. – Ele sorriu, com o sorriso habitual de sempre. Aquele que ele não tinha parado de fazer quando Kaya o tivera conhecido. – E depois metes esse sorriso.

- O que tem esse sorriso?

- It fucks my head.

- Então eu não o faço. – ela sorriu, e ele também, meigamente. Pegou na mão dela e fechou a sua, com a pequena e delicada mão dela dentro de sua. – Este fim-de-semana vem comigo para Nova Iorque.

- O quê?! – perguntou ela, levantando-se, de maneira a ficar sentada. Olhou-o. – Para quê?

- Não estavas farta disto? – perguntou ele. Ela concordou. – Então! Vamos a Nova Iorque, fazemos umas compras, pago-te o avião e o hotel, e foges um pouco disto aqui. – ele disse. – Eu não me quero separar de ti! – exclamou. – E tenho de ir a Nova Iorque gravar uma música a um estúdio de um amigo meu. – disse ele, por fim. Ela não respondeu. – Não me quero separar de ti, Kay. – Travis repetiu.

Ele não queria mesmo separar-se dela. Muito menos três dias. Ia ser doloroso deixá-la naquele estado sozinha. Ainda cometia alguma loucura. E Travis tinha o pressentimento que tinha de ficar com ela, a cada segundo, para que não acontecesse nada de mal. Não queria que Bill tocasse, nem sequer com um dedo, nela. Queria-a só para ele. E melhor que isso, queria que Bill sentisse o que Kaya estava a sentir. Queria vingar-se de Bill, por Kaya. Travis tinha muitas qualidades e, uma delas, fazia-o sentir isto. Já tinha dado por ele a pensar várias vezes o que faria ele, no lugar de Bill, e a resposta nunca tinha mudado. Falava com ela e, só depois, é que tirava as suas conclusões. E melhor que isso, acreditaria nela.

Travis sabia que Kaya não tinha ido para a cama com Taylor porque, antes de sair de casa de Tay, fez questão de ver o que se passava naquele quarto. Na altura nem sabia porque razão ele tinha tido uma vontade de ver o quarto, mas assim o fez, saciando a sua vontade e acabando por ver, Kaya deitada, totalmente ainda vestida, e Taylor, também vestido, no outro lado da cama a dormir profundamente. E Travis sabia tudo sobre sexo – pensava ele -, sabia o seu cheiro e os seus sinais. Por isso, se eles tivessem tido sexo, Travis perceberia imediatamente. E além de mais, Travis acreditava em Kaya com todas as letras. Já tinha provado isso.

Kaya abraçou-o e agradaceu-lhe. Disse-lhe que não queria que ele lhe pagasse, mas Travis insistiu. Não haveria problema nenhum. Quando o dinheiro começasse a ficar escasso, os pais mandariam-lhe mais. E Travis fazia questão de lhe comprar roupas e coisas novas. Ele sabia que o melhor anti-depressivo para as mulheres eram compras.

Travis dava por si a querer dar tudo a Kaya. O mundo inteiro. Um reinado só dela. E arregalava os olhos, tentando acabar com esse desejo que se tornava cada vez mais incontrolável. Porque esse desejo assustava-o. Não que estivesse apaixonado, mas como se ele a precisasse de proteger, pois sabia que, por muito forte que Kaya se mostrasse, aquilo não passava de uma máscara. Um gatinho armado em leão, como ele costumaria descrever.

 

- Isto é lindo, Travis! – exclamou Kaya, deitando-se na enorme cama que o seu apartamento tinha. Travis não queria que ela começasse com desconfianças, por isso, tinha-lhe reservado um quarto só dela. Os dois separados – por muito que lhe custasse – seria melhor para ele se controlar, e para ela, não se baralhar ainda mais. Travis tinha decidido acabar com todos os esquemas; agora o que aconteceria, aconteceria. E não havia qualquer resto de dúvida que ele não iria fazer nada que ela não quisesse.

Ele sorriu e engoliu um “não tanto como tu” como resposta á afirmação da rapariga dos olhos misteriosos.

Nos últimos dias em que tinha estado em Los Angeles, Travis apresentara Kaya a Vivian. Tinha-as feito conviver e, no dia em que se conheceram, adoraram-se. Mas Vivian um dia depois tinha-se apercebido do que Travis nutria pela rapariga, e esse sentimento de adoração passou a ser uma rivalidade intensa. Vivian perguntava-se a toda a hora o que raio é que Kaya teria mais que ela.

Travis e Kaya passaram todo o tempo juntos em Nova Iorque. Travis comprara-lhe imensas coisas, que ela tinha recusado. Kaya tinha recusado tudo, mas Travis tinha-lhe comprado na mesma, prometendo que só parava de lhe comprar coisas, quando enchesse uma mala de viagem – que também tinha comprado. Pararam num parque gigante em Nova Iorque – Central Park. Travis tinha comprado amendoins para distribuir pelos esquilos que lá passeavam. Melhor, para que Kaya distribuísse. Travis não achava piada nenhuma a dar de comer a meia dúzia de mamíferos pequenos e castanhos que só vinham ter com ele para ficar com comida.

Kaya ria que nem uma criança, enquanto alimentava os animais. Travis procurava a máquina fotográfica para tirar fotografias. A sua amiga fazia-lhe lembrar aqueles bonecos anime a rir. Tão infantil, tão inocente. Kaya corria de um lado para o outro e Travis tentava acompanha-la, com os sacos todos.

Já tinha gravado a música e, logo no segundo dia, tinha ganho imensas reproduções no myspace e imensas novas fans e amigos no facebook.

Havia uma mudança desconhecida em Travis. Ele sentia-se diferente. Queria estar com Kaya custasse o que tivesse de custar, e não iria deixar que Bill se aproximasse dela. O coração ordenava-o não deixar, mas a consciência gritava para que ele voltasse a ser o Travis Tatum Fucking Mills. O rapaz que gostava de andar em festa, com várias raparigas, ao qual muita gente chamava de heartless ou apenas cold. Era a sua essência. Era assim que ele havera nascido, e seria assim que Travis desejava morrer.

Quando Kaya se deitou na cama, adormecendo profundamente, Travis deixou-se ficar no quarto dela. Fitou-a durante alguns momentos e depois foi buscar o seu portátil para escrever uma música. Não tinha nada a ver com ela, mas tinha-se lembrado de algo que lhe tinha dado uma certa vontade de escrever.

Shut up girl, I know just what you’re thinking. Pink stuff in my cup, that’s what I’m drinking. Damn it feels so good to be young, come on love, before the night is done. We need to, get away. I’ve been looking at you but I didn’t know what to say. And lets take our time. Let me get inside.

She’s pulling at my shirt, and she’s tearing off my jeans. She says “I love your tattoos, and the way you sing”. She says I’m everything she needs. I said She’s comming home with me.

Deixou a música por escrever e, quando terminou sorriu, satisfeito por ter introduzido na música o que Alaina tinha dito. Gargalhou baixinho quando se lembrou da cara dela quando o apanhou na cama com Vivian e, quase, que sentiu o seu antigo Travis a voltar.

Deixou-se adormecer assim que se deitou por cima dos lençóis para dar festas no cabelo da rapariga adormecida. Sonhou que Kaya voltava para Bill, e sentiu na pele o que iria sentir se isso acontecesse mesmo, dando por si a chorar no sonho. Quando acordou, Kaya ainda jazia adormecida e, por momentos, pensou em ir-se embora para o seu quarto, mas o sono falou mais alto.

Travis acordou com os lábios doces da rapariga, dando-lhe pequenos beijos na cara. Sentiu-se novo. Talvez perfumado. Não sabia. Sabia que, se estivesse numa série de bonecos animados, acordaria com passarinhos e relvados verdejantes á sua volta. Era como se estivesse no paraíso.

Pestanejou várias vezes, tentando habituar a sua visão á claridade do quarto.

- Beija-me. – implorou ele, assim que ela lhe deu outro beijo na bochecha.

A rapariga de olhos azuis assim o fez. Beijou-o e deixou-o deitado na cama, enquanto era envolvido naquele beijo fogoso que Travis tanto desejava. Depois a rapariga beijou-lhe o pescoço, quebrando o beijo.

Travis sentiu-se desapontado. Não queria que acabasse nunca. Mas rapidamente essa desapontação foi trocada por um êxtase maior de quando ele consumia ecstasy. A rapariga tirou-lhe a camisola, fazendo com que Travis lhe tirasse a dela e que o jogo começasse. Eliminaram as roupas em pouco tempo. Travis encaminhou-se para a janela, fechando o estoro e deitou-se em cima da rapariga. Queria pussui-la. Senti-la. Sentir que ela era dele. Ter aquela união que ele tinha tido, mas que na altura não tinha passado de mais uma. Desta vez, Travis queria sentir aquela união de um forma sentimental, e não de uma forma por puro prazer próprio.

A rapariga gemeu quando ele a penetrou, fazendo-o suar de excitação. Kaya estava de olhos fechados, querendo senti-lo ao máximo e viver aquele momento como se fosse o último – tal e qual como Travis. Beijou-lhe o pescoço, disfarçando quando viu o telemóvel da rapariga a vibrar em cima da cama. Com um olho fechado e outro aberto, Travis viu o nome que aparecia no visor. Bill. Respirou fundo e atendeu sem que ela percebesse. Os movimentos dele tornaram-se brutos e muito mais rápidos, fazendo com que Kaya gemesse muito mais alto.

Deu-lhe outro beijo no pescoço e a seguir, encostou a boca no telemóvel e pronunciou duas palavras:

- Bye B. – não disse o nome dele. Não queria que Kaya percebesse o que ele tivera feito. Iria achar que ele estava ali com ela, só para fazer ciúmes ao seu ex-namorado, Bill. E Travis queria ser bem visto por Kaya, não mal visto.

 

Travis saiu do aeroporto com Kaya por baixo do braço. Tinha posto uns Rayban pretos espelhados, umas calças a caírem-lhe pela cintura e uma camisola muito apertada, decotada. Esta um pão, por assim dizer. Ela era dele, e Travis sentia-se triunfante.

Era um domingo, as aulas estavam prestes a começar. Kaya beijou-o quando ele lhe pôs á porta de casa e despediu-se num sorriso de orelha-a-orelha.

publicado por CatarinaMills às 21:56